Testemunhas depõem no caso em que político é acusado de assaltar integrantes de equipe adversária, em Quissamã

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Denunciado pelo MP-RJ à época do crime, o policial militar reformado e atualmente vereador Janderson Barreto Chagas acompanhou os depoimentos ao lado de seus advogados

“Uma das vítimas já obteve da Justiça a reparação por danos morais e materiais. Aguardamos agora o resultado da ação criminal, na esperança de que haja a devida punição, pois Quissamã nunca tinha vivenciado algo parecido no processo eleitoral nos seus 35 anos de emancipação. As eleições precisam transcorrer com lisura e segurança, para não comprometer as escolhas dos cidadãos e a liberdade das pessoas.”

O desabafo é de umas das testemunhas, não necessariamente entre as que depuseram na audiência desta quinta-feira, 11, no Fórum de Quisssamã, na ação movida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra o hoje vereador Janderson Barreto Chagas (Democratas), em mais uma movimentação do processo, iniciado cerca de três anos atrás. Janderson é acusado de “roubo majorado”, que teria sido cometido em 15 de novembro de 2020, no dia das Eleições Municipais, contra duas pessoas que tentavam registrar com imagens, suposta captação irregular de sufrágio, que, no linguajar do povo, se traduz em compra de votos. A testemunha pediu para não ser identificada.

Ao lado de seus advogados, o vereador, eleito à época com 383 votos, acompanhou atentamente a audiência, em que estavam também as duas vítimas de Janderson e sete testemunhas, das quais apenas quatro depuseram: duas de acusação e duas de defesa. Segundo informações, devido a outras audiências na pauta, o Juízo optou por ouvir em uma oportunidade posterior, as outras três testemunhas, dois policiais civis e um policial militar, sendo, respectivamente, duas de acusação e uma de defesa. A audiência foi presidida pelo juiz Renan Pereira Ferrari.

Segundo a peça acusatória do MP-RJ, com base no inquérito policial formatado à época, Janderson Chagas, do grupo da então e atual prefeita Fátima Pacheco (Democratas), se aproximou de integrantes de um grupo adversário, no caso, do ex-prefeito e então candidato Armando Carneiro (PSC). Portando uma arma de fogo, ainda segundo a acusação, o ex-policial ameaçou os dois adversários, que tentavam flagrar com fotos e filmagem, a suposta compra de votos praticada pela equipe de Janderson. O ex-policial tomou celulares e máquinas fotográficas da dupla. O ato à época causou grande revolta, uma vez que Janderson ignorou o risco de atingir com possíveis disparos, populares que circulavam pelo Centro de Quissamã, em pleno movimento de uma tarde de eleições municipais.

No desenrolar do processo já houve, nesses cerca de três anos, diversas movimentações incluindo sentenças, recursos e homologações. O vereador Janderson já foi condenado a pagar a uma das vítimas, mais de R$ 30 mil a título de danos morais e materiais. A segunda vítima também espera a devida reparação em futuras movimentações do processo. O pedido de prisão do vereador, feito à época pelo MP-RJ, não foi aceito pelo Juízo, que, no entanto, optou por “suspender” o porte de arma do ex-policial. Em breve a Justiça deve marcar nova audiência para sequência dos depoimentos.

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